quarta-feira, 27 de abril de 2011

Paracetamol pode diminuir a eficácia das vacinas em crianças

A Pediatra do meu filho Erick disse que não deveríamos dar paracetamol após a vacina de 2 meses.E me mandou por email o seguinte texto que compartilho com vocês agora.
Febre após a vacinação é normal e parte essencial da construção de uma resposta imunológica e a administração de paracetamol (Tylenol), após a vacinação pode diminuir a resposta, de acordo com um estudo recentemente publicado. Após algumas vacinas, febre transitória significa que o sistema imunológico da criança está processando a imunização, proporcionando-a a melhor proteção, explicou o Dr. Robert T. Chen, especialista em segurança sangüínea no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.


A utilização de paracetamol após vacinação data da década de 80, em que dois ensaios clínicos demonstraram que as taxas de febre pós-vacinação poderiam ser reduzidas através da administração profilática de paracetamol, em doses apropriadas para a idade, para crianças com risco maior de convulsões que a população geral. Porém, na prática, a administração de paracetamol a todas as crianças que recebiam vacinação contra coqueluche disseminou-se rapidamente.
Portanto, segundo o Dr. Chen, um dos pesquisadores do estudo publicado na edição do dia 17 de Outubro no The Lancet, exceto quando o médico recomenda especificamente, não se deve administrar antitérmicos simultaneamente à vacinação com o intuito de que a criança apresente febre. Ainda é possível utilizar antitérmicos (paracetamol ou ibuprofeno) para tratar febre, porém não é recomendável utilizar estes medicamentos para evitar a febre.

Uma equipe de pesquisa liderada pelo Dr. Roman Prymula, na República Checa, realizou dois estudos, sendo que, em um deles, as crianças receberam a primeira dose da vacina e outra quando receberam a dose de reforço. As vacinações foram rotineiras para proteção contra doença pneumocócica, Haemophilus influenzae tipo b (Hib), difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, pólio e rotavírus. Nos estudos, 459 recém-nascidos foram randomicamente alocados para tomar paracetamol a cada seis a oito horas, por 24 horas, após a vacinação, ou para não utilizar paracetamol. A equipe do Dr. Prymula descobriu que poucos recém-nascidos que receberam paracetamol tiveram febre, porém estas crianças também tinham menos anticorpos contra doença pneumocócica, Haemophilus influenzae tipo b, difteria e toxóide tetânico e para um dos anticorpos contra coqueluche, comparados a recém-nascidos que não tomaram paracetamol. Resumindo, as concentrações de anticorpos foram reduzidas em relação a quase todos os antígenos estudados.

Os pesquisadores acreditam que a atividade anti-inflamatória do analgésico deve desencadear a “interferência” às respostas de anticorpos do sistema imunológico sadio, explicando a menor imunização. Segundo o Dr. Chen, a menos que haja razões específicas para o controle da febre, Tylenol e outros antitérmicos não devem ser rotineiramente administrados em conjunto com imunizações. No estudo, os autores propõem que o mecanismo mais provável de ação do paracetamol é a interferência com as interações de células dendríticas, células T e células B da resposta imunológica primária através da redução dos sinais inflamatórios no local da injeção, que também explicaria o menor efeito do paracetamol sobre a imunogenicidade da dose de reforço.

Dr. Marc Siegel, especialista em doenças infecciosas e professor associado de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, afirmou que
 “a conclusão de que o Tylenol não apenas suprime a febre, como também diminui a resposta imunológica é plausível. Afinal, o que é uma resposta imunológica? Trata-se de uma resposta inflamatória”.
O Dr. Siegel concorda que paracetamol não deve ser administrado rotineiramente a recém-nascidos para evitar febre após a vacinação. “Se a criança está doente, trate a doença. Se a criança está muito doente, eu diminuiria a febre.

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